26.07.2019
A subida da ondulação, na casa dos três metros, originou que o final do Eurosurf 2019, a “prova rainha” do Santa Cruz Ocean Spirit, fosse adiado para amanhã, sábado, 27 de julho.
Com o título de Surf Feminino já atribuído, à italiana Claire Bevilacqua, na passada quarta-feira, falta agora definir os campeões europeus em Longboard Masculino e Feminino, e ainda em Surf Masculino.
A concorrência é forte, mas as ambições da seleção nacional em revalidar o título europeu permanecem intactas uma vez que ainda tem quatro atletas em prova. No Longboard, João Dantas já está na final masculina e a Inês Martins falta vencer um Heat para também poder disputar as medalhas.
No Surf Masculino a situação é em tudo semelhante. Eduardo Fernandes é já um dos finalistas conhecidos, mas a ele pode juntar-se Pedro Henrique, tendo, para isso, apenas que assegurar a qualificação no último confronto das Repescagens.
Coletivamente as notícias não podiam ser melhores. À partida para o último dia de prova a equipa portuguesa ocupa provisoriamente o primeiro lugar da tabela classificativa, seguida de perto pela Itália e a Alemanha, em segundo e terceiro lugares, respetivamente.
Dirigida por David Raimundo, a equipa portuguesa mantém, assim, sólidas pretensões ao “bis” Europeu, um feito nunca conseguido na História da modalidade em Portugal.
No entanto, neste Eurosurf 2019 há mais portugueses que merecem honras de destaque pelo trabalho que estão a desenvolver em outras seleções, nomeadamente, Rússia e Dinamarca.
Pedro Barbudo, um dos surfistas que em tempos foi referência no panorama nacional, comanda agora a equipa russa. Segundo ele, a evolução é lenta, há um longo caminho a percorrer, mas toda a pontinha de evolução é gratificante: “tenho acompanhado o Ocean Spirit desde há alguns anos, mas este ano vim numa condição diferente, inserido no Euro Júnior e como treinador nacional da Equipa da Rússia. Este conceito, que é único no nosso país, acaba por ser extremamente interessante por juntar na mesma praia, no mesmo período de tempo, amantes das ondas e amantes do mar nas várias modalidades, portanto acho isso excelente”.
Questionado para sobre a participação da equipa sob o seu comando, Pedro Barbudo refere que “a seleção russa é uma seleção muito inexperiente em competição, com muito pouco tempo de surf, e é a primeira vez que se organizam para vir representar o país deles a nível europeu - foram o país convidado. Portanto, é uma estreia e, nesse sentido, acho que não correu mal. Em princípio vamos ficar em 10º lugar a competir com 15 equipas, todas elas com vários anos de competição e mais próximas do meio do surf que nós. Logo, a participação está ganha e o saldo é positivo”.
Paulo Rodrigues, campeão nacional no ano 2000 e um dos pioneiros do tow-in (surf a reboque) em Portugal, é outro dos nomes envolvidos no Eurosurf em Santa Cruz que merece menção. No que toca ao trabalho que tem vindo a desenvolver com a seleção dinamarquesa destacou, sobretudo, a diferença de realidades: “até agora as performances são boas e estão a superar as minhas expectativas. É óbvio que uma equipa como a Dinamarca, que não tem muita história de competições
de surf e que é um país relativamente novo no desporto, tenha objetivos diferentes. Os nossos objetivos não têm a ver com qualificações ou resultados finais, tem a ver mais com as performances individuais e dos atletas se conseguirem aproximar do que é o seu nível real e pô-lo nos 20 minutos de competição, percebendo também esta dinâmica de competição, com o formato de prioridades”.
Para amanhã a chamada ficou marcada para as 9h30. O convite para assistir ao grande final do Santa Cruz Eurosurf 2019 está lançado.